Grandes encontros da História LIX

Comentários

  1. Estou looooooonge de ser saudosista e não conheço música do meu tempo...meu tempo é hoje (e do Paulinho da Viola também rs). Sempre apreciei música exclusivamente pelas belas melodias, harmonias e , principalmente, pelas letras poéticas, engajadas e/ou artísticas, enfim, onde eu sentisse inspiração e talento. Como música é terreno sagrado para mim, não faço concessões e não preciso de música pop, banal ou de baixo nível como o famigerado e tosco funk carioca kkkk.

    Por não domínar a língua inglesa (e outras), sempre preferi a música brasileira de excelência, até porque minha alma canta junto e se identifica/espelha (sou brasófilo, apesar de...). Ato contínuo, desconheço outro encontro musical que supere os magníficos DOCES BÁRBAROS...de quem sou adicto com convicção íntima , até hoje e sempre rs. A beleza e exuberância e as curvas e pernas da Gal , além do gogó de ouro, enriquem ainda mais a magnitude do poderoso e de altíssimo astral encontro.Excepcional escolha, grande Marcelo!

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  2. Esqueci de acrescentar: tive o enorme prazer/privilégio/sorte de assisti-los inúmeras vezes neste mitológico espaço:Canecão. Esta é uma das vantagens de ser antigo. É triste constatar que sucesso musical (Anita, Teló, Ivete, Gaby Amarantos e inúmeros exemplares desta fauna bizarra rs) nestes tempos alienados/estúpidos, quase bárbaros... é sinônimo de mediocridade, apelação e mal gosto.Cruzes!!!"Meus respeitos" aos adoradores das bagaceiras que citei...merecem. Eu não os mereço, jamais. Gosto é , também, conhecimento, capacitação, etc., e música é o que mais desnuda nossa alma...somos o que ouvimos.

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  3. Grande depoimento Marcos. Me permita discordar só um pouco, apenas porque em minha opinião, o melhor movimento musical do País foi o Clube da Esquina, o qual tive também a oportunidade de acompanhar e assistir e por todas as características que você enumerou, mas é só uma questão de gosto e no nosso caso bom gosto.

    Em sistemática filogenetica um grupo só é considerado válido quando possui características exclusivas compartilhadas. Por isso hoje Peixes não formam um grupo válido na Zoologia. A musica de sucesso atual, por sua vez, forma um grupo válido pois compartilha as seguintes características: Letra simples, gosto duvidoso e fácil assimilação: Axe, funk, sertanejo universitário, calipso, forró universitário, arrocha, etc.

    Mas também para não ser nostálgica, ouço e gosto do rap de Tupac, Racionais e Emicida pelo conteúdo engajado que você citou.

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  4. Prezado Alexandre...obrigado pelo elogio...os bons (e os ruins ) se reconhecem, né? rs.Não vejo discordância...o que observo é um certo equívoco da sua parte, pois abordamos situações e fatos diversos.Como antigo e bom mineiro rs...relembro que o Clube da Esquina foi um movimento musical brasileiro surgido no final da década de 1960 em Minas Gerais que, até agora, é imbatível e insuperável, justamente pelas composições engajadas e de enorme riqueza poética e melódica.Estamos quites, neste caso.Quem tem inteligência , boa escolaridade e sensibilidade e conhece o excepcional trabalho destes talentosos artistas, sabe do que estou falando e , como você, concorda radicalmente comigo...ainda não vi exceções rs.Sou apaixonado por música - ouço todos os dias - somente de qualidades ou especificidades como estas aqui referidas.

    Doces Bárbaros é o nome de um grupo de MPB dos anos 70 que surgiu exclusivamente para comemorar , com um único show repetido em várias e memoráveis apresentações-assisti, boquiaberto, várias rs- , os 10 anos de carreira solo dos seus prestigiados, talentosíssimos e, ainda, imbatíveis componentes, que pretendiam além de realizar shows, gravar um disco ao vivo e registrar tudo em um documentário.Comparar coisas tão distintas (movimento contínuo musical e grupo pontual de show), com propósitos absolutamente diferentes e diferenciados, não é possível, nem recomendável. São coisas diferentes, mas igualmente valorosas, relevantes , de altíssimo nível, um verdadeiro luxo...o oposto do lixo que se vê atualmente no meio "musical", com raras e honrosas exceções. Sempre que possível, ouça o melhor que você conhece em música..sua alma agradecerá. Parte do que entendo ser a música do meu interesse e necessidade, está nestas frases:

    Sem a música, a vida seria um erro.
    Friedrich Nietzsche

    A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição.
    Aristóteles

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    1. Observações feitas e aceitas acho que não há mais dúvidas em relação as diferenças entre movimento musical e encontro musical. E neste segundo quesito, sem querer discordar novamente me sinto na obrigação de lembrar da "Cantoria" que foi parte da trilha sonora de meus anos de graduação na Universidade Rural. Mas pelo menos aqui no blog o Clube da Esquina é unanimidade e parodiando o grupo, a música, assim como os sonhos não envelhecem.

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  5. Que saudade do Clube da Esquina, tem um amigo (Johnny Lamas) que grava músicas no estilo do Clube e eu sempre as ouço.
    Sobre os Doces Bárbaros confesso que nunca fui muito fã.
    Cury

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  6. Sou da geração de vinte e tantos anos...minha geração não teve e não tem artistas com tamanha expressão, relevância, provocação artística, conteúdo, inteligência, bom gosto, etc., como estes em referência ou comentados por Marcos e Alexandre, sem falar na Elis Regina e tantos outros de grande valor/prestígio.Hoje tudo é descartável, pop, raso.Tenho saudade de um tempo que não vivi.Só ouço e vejo o melhor da MPB em discos, filmes, fotos e videos , como este maravilhoso que você escolheu.
    Verônica

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    1. Verônica, concordo que a cultura está se deteriorando como todo o resto, mas naquela época também havia muita coisa rasteira e descartável. Os muito bons são sempre raros e hoje tem gente com talento, como o Rappa e a Maria Gadú, por exemplo.

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    2. Marcelo, infelizmente não tenho motivos para concordar com você.Quando olho videos sobre os festivais da canção, p.ex. ...meus Deus, com inúmeras músicas de qualidades absolutamente inquestionáveis como Roda Viva do Chico Buarque - a melhor música que conheço- que, para mim, dá de 1000 a zero no Rappa/Marcelo Yuka, para citar apenas um compositor... já é suficiente para não ter dúvida de que não vivi o melhor da música brasileira (nem era nascida). Concordo absolutamente com o Alexandre Clistenes...se naquela época como em todas havia o descartável, o banal (a média é a mediocridade e a maioria gosta de bobagens) em contrapartida o espaço para a excelência existia, não só nos festivais.Nos últimos vazios e apelativos tempos o que se destaca é a baixaria, o escroto, o vulgar ou o pula-pula com bracinhos pra cima(que ridículo!).Saímos da música popular para a "prapular" com suas letrinhas sofríveis.Tristes e emburrecedores tempos.Repito:tenho saudade de um tempo de muiiiito mais qualidade musical que não vivi. Quanto à Maria Gadu...não chega aos pés de uma Elis, de uma Bethânia, de uma Gal, de uma Clara Nunes, de uma Elza Soares, dentre inúmeras outras da antiga. Sou muiiiito mais a Cássia Eller, uma Mariene de Castro, p.ex.Logicamente que os melhores sempre são exceções (gênios são raríssimos).Atualmente o destaque maior na midia, é para os piores. Que bom sermos todos diferentes com gostos idem.Concordo plenamente também com o Marcos Lúcio. Mas sua escolha para este video foi mais do que feliz , foi de um bom gosto e inteligência à toda prova.Parabéns!
      Vevê

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  7. Certamente existia muita coisa rasteira no passado também Marcelo, contudo, hoje o que é "ruim" está cada vez mais massificado na mídia e nos eventos ditos musicais, enquanto o que é "de qualidade" quase não aparece na mídia e é relegado ao segundo plano quando aparece em um evento. Concordo que o Rappa foi bom no passado, mas depois da saída traumática do Yuka vem se tornando altamente repetitivo e pouco criativo. Mas Maria Gadu, Negra Li, Lenine, entre outros ainda fazem música de qualidade e os "velhinhos" da MPB ainda estão por ai e vez em quando fazem shows memoráveis, resta saber até quando?

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  8. Surpreendente a quase lucidez, uma vez que o cidadão -e não o artista que é genial- em questão, seja mais que contraditório, politicamente, senão vejamos:

    Caetano: Dilma enfrenta momento muito mais difícil que Lula e FHC enfrentaram
    Jornal do Brasil
    21/05/14

    O compositor Caetano Veloso deu entrevista à El Cultural, do jornal espanhol El Mundo, no qual analisa o cenário político brasileiro. Ele destaca que a presidente Dilma Rousseff está enfrentando um momento muito mais difícil do que Lula e Fernando Henrique Cardoso, mas que mesmo assim sairia vitoriosa de a eleição fosse hoje.

    “O Brasil mudou muito e para melhor, com Fernando Henrique Cardoso e Lula. O primeiro, freou a inflação e a lei de responsabilidade fiscal. Lula teve a coragem de aumentar o salário mínimo e, talvez mais importante, criou o Bolsa Família. Lula é adorado pelo povo, por isso que pode eleger Dilma, que ainda é amada pelo povo como uma representante das políticas públicas de Lula. Ela enfrenta desafios, mas se a eleição fosse hoje, ela seria vitoriosa no primeiro turno”, disse Caetano.

    De acordo com o compositor, a economia mundial era favorável nas gestões Lulas. Ele identifica um cenário diferente para a presidente: “Dilma encontra um mundo mil vezes mais difícil. Mas o Brasil que saiu dos governos FHC e Lula é menos vulnerável. Vivemos agora, em todo o mundo, um período de profunda instabilidade. Entretanto, o Brasil, que enfrenta seus velhos problemas com novas cores, agora é mais capaz de resolvê-los.”

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  9. Dificil de acreditar. Mas mesmo assim erra ao colocar FHC e Lula no mesmo nível. FHC ou melhor, no governo Itamar o plano real ajudou a melhorar a ecinomia, mas melhoria da renda e novas oportunidades para os trabalhadores só a partir do governo Lula.

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  10. Concordo com você, Alexandre, mas convenhamos, o destaque maior está para o Lula e Dilma, o que deixou-me pasmado. O anônimo - talvez percebendo a maçã podre no balaio:o subserviente e cínico "efeagacê", verdadeiro capacho do neoliberalismo - ,se disse surpreendido com a QUASE lucidez velosiana.

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  11. É isso aí, moçada! Aqui, e no mundo!, houve um tempo "mais doce bárbaro" em que “sucesso” e “prêmio” não se casavam. Era separação total! Em se tratando de música, por exemplo, quem “bombava” nas paradas de sucesso e vendia à beça não era visto com bons olhos pelos críticos, que tinham bom gosto. Ou seja, sabiam, crítica e parte do público, que os “caça-níqueis” não primavam pela qualidade de sua obra. Nunca primaram! O que lhes interessava, era ganhar dinheiro. Só ganhar dinheiro e mais nada. Assim, poderiam posar para muitas revistas ostentando carrões e casas luxuosíssimas (o que ainda fazem, claro!). Cofres, carteiras e contas bancárias causavam inveja a muita gente. Quem ousasse “seguir marginal”, como dizia Elis Regina, teria, sim, prestígio, mas não faria sucesso e, consequentemente, não ganharia dinheiro. Poucos foram os corajosos que, mantendo a retidão, primaram pelo artístico, pelo bom gosto e “deram de ombros” aos excessos proporcionados pelo vil metal. Ou seja, conseguiram, não todos, viver decentemente e garantiram seu lugar na história, mas não ficaram ricos. E hoje, como fica essa relação “sucesso x premiação”? A história não é mais a mesma.

    Hoje , como podemos constatar, os prêmios também estão indo para os “fazedores” de sucesso. Ou seja, misturou-se tudo. Se, antes, havia alguma separação, hoje não há mais. Quem faz sucesso - e vende adoidado - também ganha todos os prêmios, exatamente porque falta gente com capacidade para separar o joio do trigo. Muita gente por aí anda tratando arte como um produto qualquer, adquirido em supermercado chinfrim, de esquina e canto de rua. E todos ganham prêmios! Ganham prêmios pelo lixo que produzem. Lixo mesmo! Ponta de aterro! O banal do banal. E deixe o povo consumir tudo isso! Citando novamente Elis Regina, a "Pimentinha", estou aprendendo "a prender a respiração quando o cheiro não é dos melhores". O problema é que não tenho muito fôlego. É muita podridão. Vou pensar em boas máscaras de oxigênio.
    O problema é que a maioria não sabe distinguir o bom do que não presta. Não foram educados para isso, porque quem deveria educá-los também não sabia como fazê-lo. Só consumia o que era de gosto duvidoso! Vai educar como?! Aí, meus amigos, a história só piora: se só conhecem o que é ruim, consumirão porcaria mesmo. E, entre esses consumidores, estão muitos críticos e muitos professores. Volto a dizer que a educação se dá por meio da arte e da cultura. Escolarização é outro departamento. Quem, hoje, pode apresentar biscoitos finos à massa? Quase ninguém, 'né'? “De minha parte”, continuo apresentando o que julgo de qualidade a alunos e amigos. Se estou conseguindo “catequizar” alguém? Ah... aí já é outra história. Talvez o tempo possa dizer. Aguardemos...
    Fábio Brito

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  12. Sou da geração da Verônica - cada vez mais perto de trintinha kkk - e concordo com ela (com o Marcos e o Alexandre o o Fábio também). Melhores compositores do que Chico, Caetano, Gil, Gonzaguinha, Aldir Blanc e João Bosco, Ivan Lins, Milton Nascimento e outros gênios daquela geração que fizeram as melhores poesias metafóricas ,com ricas melodias e harmonias, sinceramente, desconheço.Depois deles, temos Cazuza, Lenine, Zeca Baleiro, etc, mas os antigos ainda são - será que para sempre?!- imbatíveis.Em nível de cantoras apareceram Cássia Eller, Maria Rita, Fabiana Cozza, Mariene de Castro, etc., mas as "véia" kkk já citadas pela Vevê continuam imbatíveis e ainda acrescento a Elizeth Cardoso. Infelizmente , nestes tempos rasos e líquidos, a mediocridade está na moda, não só na música.
    Danilo

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  13. É, como a Elis, por exemplo, acho que vai demorar a aparecer outra...

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  14. Realmente, a junção destes quatro talentosíssimos e diferenciais e intelectivos e revolucionários e refinados e geniais artistas (com A maiúsculo) formou a constelação mais brilhante e mais docemente bárbara como nunca antes e nunca depois, neste país.Foi somente uma vez, para nunca mais se esquecer. Nunca mais foram ou serão superados, em qualidade ou excelência.Duvido.Inclusive a carreira solo deles sempre foi e continua sendo um presente de luxo para seus qualificados admiradores.

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